Atenção: o seu guarda-roupa eco não vai salvar o planeta
Em tempos de emergência climática, a Febre quer provar que as soluções para mudar os rumos do planeta não acontecerão pela via do consumo, mostrando como a moda, o clima e as mulheres estão conectados.
Não é possível que se continue colocando na conta de cada indivíduo um problema sistêmico global que envolve políticas públicas, pressão na cadeia produtiva e uma visão retrógrada de como a indústria deve reagir aos problemas criados por ela mesma. O Instituto Febre é uma plataforma dedicada a provocar a indústria da moda, conectando gênero e clima, para evidenciar e nomear as responsabilidades dos causadores de impactos socioambientais e desmistificar o imaginário do ‘papel do consumidor’.
“Fala-se muito sobre os impactos climáticos da indústria da moda, mas após anos de debate, o resultado gerado foi o de uma explosão de ‘coleções eco’, mesmo dentro das maiores varejistas da fast fashion, e a formação uma nova rede de blogueiras de moda, porém com o apelo sustentável” comenta Eloisa Artuso, co-fundadora do Instituto Febre. “Podemos contar nos dedos as iniciativas que, de fato, promovem alterações na forma como a cadeia produtiva está organizada e operando”. Eloisa criou a organização a partir da vontade de desafiar as estruturas de poder da moda.
A Febre se propõe a abordar as problemáticas de forma interseccional, contemplando a diversidade como fundamento para a compreensão das camadas que se sobrepõem ao se tratar de mudança climática, mulheres e a indústria da moda. Estamos articuladas com lideranças em diferentes áreas, como Sabrina Kim, empresária que protagoniza discussões sobre a questão asiática, Viviana Santiago, pedagoga e ativista pela causa negra, e Sueli Feio, liderança de Paraisópolis e fundadora da ONG Costurando Sonhos. Além disso, contamos com nomes reconhecidos no ativismo e na agenda da sustentabilidade em nosso Conselho Consultivo, como Jackson Araujo da Trama Afetiva, Mônica Souza da Change.org e a jornalista Bárbara Poerner.
As evidências são claras: temos uma breve e rápida janela de oportunidade para garantir um futuro habitável. Passou da hora da indústria da moda extrapolar as campanhas de marketing e agir pela justiça climática e de gênero. Estamos aflitas com tantos eventos catastróficos e a falta de ação por parte das grandes empresas do setor e do poder público. Precisamos de uma revisão de como a indústria da moda opera, e exigimos que isso seja feito já.
O Instituto Febre inicia atividades voltadas para a inclusão dos direitos das mulheres da indústria da moda na agenda climática, leia o nosso manifesto completo e saiba mais sobre a Febre.
Instituto Febre
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