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Ética e o novo luxo – Rio Ethical Fashion

“Ética e o novo luxo”, no Rio Ethical Fashion

Painel promoveu diálogo sobre a moda ética no contexto do luxo ressignificado

 

Em junho de 2019, em ocasião do Rio Ethical Fashion, um painel mediado pela jornalista de moda Lilian Pacce, contou com Oskar Metsavaht (Osklen e Instituto E) e Simone Cipriani (Ethical Fashion Initiative) para dialogar sobre a moda ética de luxo.

Melhor parte do vídeo é a “sutil alfinetada”, ops, lembrança do Oskar Metsavaht na empresa francesa Veja (que, como a Osklen, também faz calçados sustentáveis), sobre o projeto de algodão orgânico lá no Nordeste, que começou com a Osklen e o Instituto E, e agora – felizmente – outras empresas podem usufruir do arranjo produtivo criado por eles. (Nada contra, pesquisei a Osklen na graduação em Design de Produto e pesquiso a Veja nos dois doutorados em andamento, gosto de ambas; foi engraçado ver esse momento meio de “irmão mais velho com ciúmes do mais novo”, mas certamente satisfeito por ter aberto o caminho).

Oskar falou que a indústria está preparada, mais do que a sociedade, para o paradigma ambiental. Para ele, a sociedade ainda está baseada em dois modelos de consumo: (1) o europeu (de produtos de qualidade, e qualidade aqui entendida em vários níveis), (2) o norte-americano (do custo-benefício, de comprar mais pagando menos). Criticou os projetos pontuais em comunidades artesanais/extrativistas, por parte das empresas que surfaram na onda da moda sustentável, mas não deram continuidade (momento em que foi aplaudido). Comentou do conceito de As Sustainable As Possible (ASAP), que permite incluir as empresas fazendo o melhor possível para a sustentabilidade; explicou o e-colors (pigmentos naturais, lavagem com menta, etc.) resultado de anos de pesquisa; mencionou a assessoria que prestou a Courrèges, marca francesa que foi referência no uso de polímero no vestuário na década de 1960. Lembra que tudo começou com a Rio-92.

Simone comentou sobre uma expansão do conceito de sustentabilidade. Mais pessoas podem experimentar um lifestyle sustentável. Saúda a riqueza do Brasil para estimular esse lifestyle, não só na moda, mas nos restaurantes, no turismo, etc. Ele acha que a maioria das pessoas só relaciona sustentabilidade com meio ambiente, mas que deveria pensar nas pessoas.

Oskar diz que sim, que custa mais caro mesmo, adquirir um produto sustentável, ético, transparente. Aborda que ética = estética (relembrando o conceito grego de kalokagathia, só que na hora ele não lembrou dessa palavra, mas era esse conceito que ele queria explicar). Associa luxo com a ideia de dedicação. O produto sustentável é caro porque tem inovação, e toda inovação é cara. Estamos passando para uma nova indústria, estamos mudando para um belo momento, ainda que em um planeta morrendo. Custa caro porque não tem escala, pois não tem demanda significativa. Para Oskar, moda sustentável não é lucrativa, é um investimento, é uma dedicação das empresas, dos criadores, pensando no futuro. Para existir essa cadeia (de moda sustentável), ela tem que ser paga de alguma forma. Quando se paga a mais por uma roupa, nós estamos sendo altruístas (pensando na cadeia produtiva com redução de impacto ambiental e social), pois essencialmente, uma roupa sustentável não tem valor nenhum para o consumidor, no sentido que, como resultado no corpo, é a mesma coisa que uma roupa convencional.

Simone comentou entusiasmado e afetuoso sobre a favela, os catadores. Acredita que se a situação política muda, a economia muda.

Finalizaram torcendo por iniciativas.

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